É tão difícil não se apegar a um bom sick-lit, e foi isso
que aconteceu com Zac & Mia, um enorme apego ao livro, aos personagens, à
história fabulosa de dois jovens que tiveram o triste azar de ter câncer na
juventude.
Zac teve leucemia, por sorte descobriu cedo o bastante para
conseguir se tratar, ele fez um transplante de medula de uma mulher alemã e com
isso passou a ser apelidado de Helga por seus amigos. Ele sabe que suas chances
não são as melhores, que talvez o câncer volte mais cedo do que ele espera. Ele
faz bastante pesquisas com relação as estatísticas e sabe que suas chances não
são as melhores, contudo esse não é um motivo para ele deixar de lutar contra a
doença.
“Se os cientistas podem lançar um robô para um lugar localizado a 560 milhões de quilômetros de distância, pensei naquela hora, com certeza são capazes de consertar algo tão pequeno quanto células sanguíneas rebeldes de um corpo”
Mia chega ao quarto ao lado de Zac, mas bem diferente dele,
ela não é calma, não quer aceitar a doença, está em um momento de muita
rebeldia sendo grossa com todos que tentam falar com ela – como se algum deles
tivessem culpa dela estar doente – . Em certos momentos para fazer com que sua
mãe saia do seu quarto e a deixe “em paz” ela coloca o CD da Lady Gaga nas
alturas. Por mais que Zac se sentisse incomodado pelo som não falou nada,
respeitava o momento dela.
“Eu me preparo, porém não ocorre nenhum tremor sísmico nem nenhum alarme começa a tocar. Isso não mudou nada. Ela apenas se tornou agora mais um amigo de mentirinha no meu perfil.”
De uma forma inusitada ele recebe um convite em uma de seus
redes sociais da garota do quarto ao lado, Mia. E de repente “tap” ela bate na
parede tentando se comunicar com ele, e essa, de certa forma, acabou sendo a primeira
“conversa” que eles tiveram, através de “taps” e “tocs”, sons no qual uma
parede é capaz de produzir.
A amizade que começa a se formar é diferente, Zac sabe que
fora dali jamais falaria com Mia ou ela com ele. Ela era bonita, gostava de
festas, bem mal-humorada e ele era mais do tipo “nerd”, gostava bastante de
números, sempre ligado a estatísticas.
Ele já estava no final do tratamento e sabia que dificilmente veria Mia
novamente. Porém o destino tende a pregar peças conosco e.
Zac&Mia é um livro lindo, emocionante, faz com que o
leitor sinta tudo no qual os personagens estão sentido naquele momento, seja
angustia, tristeza ou até mesmo raiva. A.J. Betts tem um talento
impressionante, escreveu um livro notavelmente bom, que trata de câncer de uma
forma bem direta, das consequências, de como os pacientes se sentem e de como
eles acabam superando.
A Editora Novo Conceito proporcionou nessa edição um
material de qualidade, fazendo com que o leitor sinta realmente um prazer de
ler e ter o livro, que é dividido em três partes sendo “Zac”,”&” e”Mia”. As
folhas são amareladas, a cada começo de capítulo temos um detalhe de pétalas
de flor – como na capa –, o número do capítulo e de qual ponto de vista será o
capítulo que alterna entre uma visão de terceira pessoa de Zac ou Mia.
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