Resenha: Em Algum Lugar Nas Estrelas por Clare Vanderpool

Foto de Boca Do Inferno

Em Algum Lugar Nas Estrelas

Editora: Darkside Books

Páginas: 288

Nota: 4/5

Ano: 2016  |  Skoob

Sinopse: EM ALGUM LUGAR NAS ESTRELAS é um romance intenso sobre a difícil arte de crescer em um mundo que nem sempre parece satisfeito com a nossa presença. Pelo menos é desse jeito que as coisas têm acontecido para Jack Baker. A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas ele não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai... bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho. Jack é então levado para um internato no Maine (o mesmo estado onde vivem Stephen King e boa parte de seus personagens). O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno. Até ele conhecer o enigmático Early Auden.
Early, um nome que poderia ser traduzido como precoce, é uma descrição muito adequada para um prodígio como ele, que decifra casas decimais do número Pi como se lesse uma odisseia. Mas, por trás de sua genialidade, há uma enorme dificuldade de se relacionar com o mundo e de lidar com seus sentimentos e com as pessoas ao seu redor.
Obsessivo, Early Auden tem regras específicas sobre que músicas deve ouvir em cada dia da semana: Louis Armstrong às segundas; Sinatra às quartas; Glenn Miller às sextas; Mozart aos domingos e Billie Holiday sempre que estiver chovendo. Seu comportamento é um dos muitos indícios da síndrome de Asperger, uma forma branda de autismo que só seria descoberta muito tempo depois da Segunda Guerra, e que inspirou personagens já clássicos como o Sr. Spock (Star Trek), o Dr. House e Sheldon Cooper (The Big Bang Theory).
Quando chegam as festas de fim de ano, a escola fica vazia. Todos os alunos voltam paracasa, para celebrar com suas famílias. Todos, menos Jack e Early. Os dois aproveitam a solidão involuntária e partem em uma jornada ao encontro do lendário Urso Apalache. Nessa grande aventura, vão encontrar piratas, seres fantásticos e até, quem sabe, uma maneira de trazer os mortos de volta ainda que talvez do que Jack mais precise seja aprender a deixá-los em paz.
EM ALGUM LUGAR NAS ESTRELAS é uma daquelas grandes histórias que permanecem com você por muito tempo, perfeita para ler entre amigos ou passar de pai para filho. Tudo que é real pode ser uma grande fantasia ou uma coincidência inevitável. Somos muito mais que um simples desejo do acaso. Nossos caminhos vão se cruzar no primeiro semestre de 2016 nesta obra premiada com o Printz Honow Award em 2016, indicada a outra dezena de prêmios e eleita o livro do ano em dezenas de listas preparadas pelos leitores.

É difícil falar de Em Algum Lugar Nas Estrelas. Sabe aquele tipo de livro que consegue surpreender pela simplicidade? O livro, ao meu ver, é justamente desse tipo. Com muita maestria Clare Vanderpool soube construir uma história tocante, com personagens reais e uma ótima ambientação.

"A primeira vez que a gente vê o mar deve ser muito emocionante ou aterrorizante. Queria poder dizer que foi uma dessas coias para mim. Eu só vomitei na praia cheia de rochas"

 O livro se passa em um período durante a 2° Guerra Mundial e o nosso protagonista se chama Jack, que é um jovem de 13 anos, que recentemente perdeu a mãe e está indo para um tipo de escola interna no Maine. Jack além de lidar com o luto da mãe, também lida com um pai ausente e que muitas vezes  não demonstra interesse para entender o garoto. Não fosse pouco tudo isso, ele terá que se habituar a uma nova rotina na escola Morton Hill.

Meio que por acidente que Jack começa a falar com Early Auden, um garoto bem excêntrico, que estuda na mesma escola, mas que só frequenta as aulas que quer. Aerly acredita que o número Pi é infinito, e que entre os número há uma história. O garoto fica fora de si com a possibilidade do número acabar. fato que é discutido no livro por um cientistas, que vai tentar provar que Pi é um número finito. Porém, Early também fará por onde acreditem que o número não acaba, e que tem sim uma história por trás dessa sequência.

Earlu Auden pretendia viajar, uma viagem em busca de Pi. O número estava perdido e ele precisava encontrá-lo. Jack o acompanharia nessa viagem, e os dois juntos entrariam em situações bem inimagináveis, tudo para encontrar algo que somente Early consegue entender. Essa viagem estaria longe de ser ótima, tampouco foi muito bem planejada, mas é nela que ambos os garotos vão fazer grandes descobertas, tanto sobre si mesmo quanto sobre o outro.

Clare Vanderpool fez a história de Jack e Early como a principal, mas não só isso, ela também criou uma narrativa para Pi. Durante o decorrer da narrativa Early explica o que aconteceu com Pi e como ele se perdeu, e em alguns capítulos temos Pi, narrando o que está lhe aconteceu. Pi consegue ser um personagem com história tão instigante quanto a dos garotos.

Terminei Em Algum Lugar Nas Estrelas com um gostinho de quero mais, Clare Vanderpool escreveu um livro incrível, com muitas mensagens por trás dos personagens e das situações na qual eles estavam. Ela fala  sobre luto, sobre fantasmas do passado, traumas, tudo de uma forma simples, gostosa de ler, o que faz com que o livro não seja menos que incrível.

 Além disso tudo, quero destacar a edição do livro, que veio com capa dura e verniz localizado em alguns pontos. Por dentro, as folhas são amareladas, a fonte e o espaçamento estão ótimos, fazendo com que a leitura seja ainda mais agradável. Um detalhe que chama atenção é que ao início de cada capítulo há uma constelação, que dá certo charme a obra.