Resenha: 2083 por Vicente Muñoz Puelles

2083

Editora: Biruta

Páginas: 140

Nota: 4/5

Ano: 2012  |  Skoob 

Sinopse: O fim dos livros de papel e tinta está próximo. Restarão poucos exemplares: as antiguidades valiosas ou as relíquias de família.
Verdade? Ilusão? Fantasia?
Imagine-se agora em 2083 e surpreenda-se: o livro eletrônico também não existe mais.
O que restou das histórias e dos autores que admiramos? Desapareceram sem deixar vestígios?
Não! Seria impossível destruir os textos que nos emocionaram, que nos fizeram viver melhor e nos tornaram mais humanos.
Não se desespere, todos sobreviveram e você poderá conhecê-los bem de perto, numa viagem de turismo... no modo amplificador de inteligência. Embarque na Bibliotravel.

Por meio da editora Biruta eu pude conhecer ano passado um ótimo autor espanhol, César Mallorqui, e esse ano, optei por ler mas um autor espanhol do catálogo da editora, o Vicente Muñoz Puelles. Desde o ano passado que tinha vontade de ler 2083 mas só consegui fazer recentemente, e só tenho elogios para a escrita do autor.

O ano é 2083. O mundo já não é o mesmo que conhecemos. Com o passar das décadas a tecnologia evoluiu bastante e com isso vieram as consequências. Um mundo mais tecnológico de algum jeito influenciou em um processo de desertificação de alguns estados e esse processo é crescente na sociedade atual, contudo, o Governo busca medidas para reverter esse processo.

Outro fator que diferencia a sociedade de 2083 da nossa atual é que os livros físicos entraram em extinção lá. E é nesse contexto meio distópico que o leitor é introduzido ao personagem David, e seu pai, Pa. Essa família vive pacatamente, sem nada de extraordinário no cotidiano. David é um garoto que estuda em casa, por meio de vídeo aulas. Ele, assim como a maioria dos membros de sua sociedade, não é adepto ao hábito da leitura, porém isso muda quando ele assiste no jornal uma descoberta de livros de papel em um bom estado de conservação. A curiosidade bate forte e David começa a se interessar por ler, mesmo que sejam ebook.

O incentivo pela leitura aumenta quando Pa lhe monstra um exemplar de verdade de um livro escrito por seu avô. O triste da situação era que ele estava selado em uma "câmara de proteção" e não poderia ser aberto pois poderia se desintegrar. Porém, no dia seguinte ao descoberto, após Pa ir trabalhar David não se aguenta e abre a câmara, e o esperado acontece... o livro vira pó de um segundo para outro. Daí em diante David fará de tudo para reaver o livro, procurará a todo custo um novo exemplar. Nessas aventuras do garoto ele ainda acaba se envolvendo mais com a leitura e chega inclusive a viajar para dentro de um livro, por meio da bibliotravel, uma empresa criada exclusivamente para isso: fazer com que pessoa viagem para dentro dos livros e vivam as histórias como personagens(SERIA O MEU SONHO?)

Em suma, 2083 é um infantojuvenil maravilhoso e de leitura bem fluida. Vicente Muñoz consegue prender o leitor do começo ao fim, pois o enredo é bastante instigante. No decorrer da leitura fica impossível não fazer questionamentos de como terminará a obra. E o que posso falar é que me surpreendeu de forma positiva. O único ponto negativo do livro é que ele acaba tendo alguns furos, falta explicação de como é a sociedade, mas como esse não é o foco da história, é algo que não chega a incomodar tanto.

Vale ressaltar também que a edição está maravilhosa. todas as páginas tem detalhes e todos os começos de capítulo seguem o estilo da foto a cima.Logo, se você procura um livro leve, divertido e gostoso de se ler, 2083 sem dúvida se encaixa nesses padrões.

Fotos do blog Chuva de Letras.